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sábado, fevereiro 18, 2006

 

...imcompreendida...



sombra…

é nela que paro
me abrigo, me alongo
me enxugo, me separo
do calor excessivo
que me abrasa
me amolece
me tira o fôlego
mas sem o qual
não vivo!
fundamental, preciosa,
não compreendida…
que passa desapercebida…

Bedina

 


pintar…o interior…

bastam algumas palavras
agrestes, temperadas
de sentimentos suaves
que pincelem o relevo
se entrelacem entre si
pinto os desencontros
que antes não vi!
tela minha, tão desejada…
estarás finalmente acabada?

Bedina

Setembro de 2005




 

...expressão corporal...

dançar conforme a música…

rodopio, ergo os braços,
devolvo, sorrio com traços
de pura alegria à música
que ouvida e sentida
é viva e não abúlica!

muda o tom, mantenho
a mesma coreografia,
sucedem-se acordes
melodiosos, seguidos
de gestos de graça embebidos!

muda o género…
me quedo hesitante…
não me reconheço
paro um instante…
desta me despeço…

só a harmonia diz comigo
o ritmo por si só é secundário
executar, mexer dançando,
tem de fazer todo o sentido,
sem o que não é conseguido!

movimentos habilidosos
há muitos, às centenas
individuais e não ruidosos!

outra música…outra gente
não forçar o que não pertence
ou então não é arte…é tangente!

Bedina

Janeiro de 2006



sexta-feira, fevereiro 17, 2006

 

...planos, planos e...planos!...

planos furados…

entusiasmo enorme
contentamento conforme
o que vou encontrando
de novo e aprendendo
a inserir no “já sei” habitual,
de que não suporto nem o cheiro
quanto mais a água que desenvolve
não conheço outra estagnação tal,
assim me agarro e planifico
monto peça a peça o meu curriculum
feito de escarpas e agudas maldições
sem que reconheça apesar das lições
o mau efeito, apenas o lucro
que do pronto retiro
e amargamente guardo no sepulcro!
de que valerá um dia?
de nada, banho de água fria
em corpo cálido e fremente…
dizia eu, não sou como toda a gente,
é triste ter a noção do que se não é,
reservando auto-estima
que por qualquer razão se mantém de pé!
mas tremendo…com medo,
não recuo, não me afogo, não fujo,
não me arrogo, apenas peço me deixem
montar outro plano já consciente
que pode não ser o que queria
mas o que se me afigura premente,
agarro-me a ele, o que se segue,
como o mais acertado engano
sabendo que há muita mancha
que poderá cair neste mesmo pano!

Bedina
Janeiro de 2006

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

 

...pintando a vida...

um quadro…um objectivo…

a luz infiltra-se através
de ramos esparsos
mostrando cada um
uma tonalidade diferente,
dentro dum campo
densamente arborizado
cujo tapete se resume
a uma erva curta e reluzente
duma suavidade que beira
a pele de arminho…musgo
esverdeado com tons
em que o castanho presente
em todos os cantos se deixa
iluminar pelo amarelo claro
e luminoso dum reflexo
sem que se veja a origem,
não se vislumbra animal
não é o objectivo desta
pintura mais que original
retrata sim um jogo infindo
de contrastes e conjugações
e é simplesmente lindo!

Bedina
Janeiro de 2006


 
o acordar da libélula…

abriu um olho e depois o outro
viu as asas transparentes

muito quietas, ao corpo coladas
tentou levantar uma mas nada,
a custo levantar as duas…mas nada,
então juntando alguma força
ergueu-se e a humidade
fez o seu serviço soltou uma e outra
abanando-as, soltando-as
em rápidos e repetidos movimentos
a libelinha ensaiou o planar
que no ar mais parece voar
e conseguiu…foi então que sorriu
deu os bons dias às larvas e seguiu
no seu voar rastejante mas
muito sóbrio e elegante!

Bedina

Janeiro de 2006

terça-feira, fevereiro 14, 2006

 

...importante!...



a tónica…

onde a frase descansa
para onde tendem
os tons menores…
ela é a importante…
um tema exaltante
desenvolve-se
capta e assimila
a sensibilidade
sem partícula
de dificuldade…
é tónica é assumida,
terá a sua leviandade
é toda ela atrevida
não conhece a humildade
o centro em si está
move-se assim neste mundo…
para onde quer que ele vá!

Bedina
Fevereiro de 2006

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

 

...o ruído das emoções...



a medida das emoções…

pudera o amor ser temperado
em justo equilíbrio montado
detestar os excessos
admirar o ameno
não envolver o ser
a ponto dele não se conhecer
verter emoções de genuinidade
em razoável quantidade…
em nada prejudicava a relação
a vida seria um éden
onde imperaria tranquila
a alma da emoção…
Bedina

Fevereiro de 2006

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